Os resultados obtidos e o conhecimento técnico gerado pela Universidade Feevale foram entregues em forma de relatório nesta terça-feira, 13, ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Fábio Branco. A tecnologia de reuso desenvolvida por técnicos gaúchos resulta em diminuição da captação de água do rio Caí e a redução do volume de efluentes devolvidos ao solo. Trata-se de um estudo que se comprova que foi identificada a parte mais substancial com um efeito multiplicador positivo. Participaram da reunião em Porto Alegre, representando a Universidade, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, João Sganderla Figueiredo, e Ana Carolina Kayser, assessora de Pesquisa da Instituição.

Conforme o Relatório Técnico, a aplicação de Processo de Separação de Membranas para reuso de água industrial demandou o investimento de R$ 1,1 milhão na construção de uma planta piloto, analise físico-química e concessão de bolsas em nível de mestrado profissional em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais. Do total, R$ 500 mil foram alocados pelo Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, R$ 300 mil pela Feevale, R$ 200 mil pelo Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip) e R$ 100 mil pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), através da Superintendência de Tratamentos de Efluentes Líquidos e Resíduos Sólidos (Sitel).

O objetivo da pesquisa, que demandou dois anos de trabalho, foi o de implantar tecnologias que permitissem a recuperação e reuso de água utilizada no processo industrial produtivo, observando práticas de sustentabilidade e melhoria contínua no processo de tratamento e reuso de efluentes industriais do Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul. Depois de avaliado em uma planta piloto, o Laboratório Aquário, localizado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Limpas da Feevale, o estudo foi complementado no âmbito da unidade responsável pelo tratamento de efluentes do complexo industrial e operado pela Corsan/Sitel. O sistema conseguiu reduzir em cerca de 500 m³ o volume de água captada da bacia hidrográfica do rio Caí, o que corresponde a aproximadamente 20% de redução do volume de água bruta captada pelas empresas do Polo Petroquímico. Dados técnicos do Cofip apontam que em termos de consumo de água captada em manancial e distribuída para cidades, pode-se considerar que cada 36 metros cúbicos por hora ou 36 mil litros/hora são suficientes para abastecer 1000 unidades habitacionais domiciliares. Uma redução de 500m³/h é possível atender 14 mil domicílios.

Outro ponto destacado pelos técnicos foi o do conceito de tríplice hélice, em que Universidade, Governo e indústria atuam em sintonia. O resultado das novas tecnologias identificadas trará resultados não somente para o Polo de Triunfo, mas trata-se de um conhecimento que irá contribuir para a competitividade da indústria brasileira, graças ao compartilhamento do conhecimento adquirido. As atividades de pesquisa da Feevale relacionadas à aplicação de eletrodiálise e osmose inversa em efluentes industriais ocorreram de julho de 2014 a junho de 2016, e a meta do projeto, que contou com o apoio da Braskem e outros parceiros, foi 100% atendida e executada no âmbito das ações projetadas para o desenvolvimento dos polos tecnológicos gaúchos.